sábado, 18 de julho de 2009

Italia, parte de mim...

Dias de muito calor, de descobertas impressionantes, dias de muita historia, de acertos e erros. Dias de Italia, Bella Italia.
Quando eu estava me acostumando com o yes, thank you, please, me vem o tal do italiano para exigir mais ainda da minha cabeça.
Assim que chegamos a Roma, o primeiro lugar, mesmo tarde da noite, foi a Praça S. Pedro. Cheguei ali e nao tive condiçoes de conter as lagrimas, a açao de graças por pertencer a Igreja de Cristo, por ser abraçada, amada e acolhida por um Deus que nao me deixa caminhar sozinha, sem rumo ou direçao. Parte de mim esta ali.

Enfim... Os dias aqui tem sido bons!
Estou muito cansada e cheia de dores, rs. Viagem a lugares assim, cheios de historia, exigem bastante disposicao.
Aqui faz muuuuuuuito calor e cada ruela esconde uma velharia interessante e cheia de riqueza.
As Igrejas me deixam sem folego, sem voz, sem açao ou reaçao, o sorvete é delicioso e cada coluna - em ruinas ou nao - me faz pensar que Deus, de fato, se decidiu por fazer historia com o homem, comigo, com todos nos.
Tudo aqui me convida a rezar, a desejar viver uma vida mais santa, coerente e verdadeira. Deus tem me dito e ensinado muitas coisas.

Até a proxima fermata...

ps: O teclado aqui nao possui os nossos acentos.
Grande abraço
Shalom!
Narllinha




quarta-feira, 8 de julho de 2009

Narllinha visita Camilo na Inglaterra

No dia 6 de julho eu acordei cedo - "acordar" é o modo de falar, porque, na verdade eu não dormi naquela noite - e logo pela manhã a melhor escolha foi agradecer a Deus por aquele dia e me antecipar em louvar pelo que aconteceria no dia seguinte. Em seguida fui ao salão de beleza dar uma realçada na obra de Deus, rs.
Meu voo estava marcado para sair do Brasil às 17h05.
Almocei, tomei banho, dei mais uma olhada em tudo para evitar de esquecer alguma coisa importante. Uma observação: É muito difícil para as meninas saberem o que é, de fato, importante para se colocar em uma mala. Eu fiz milhares de listas, mas obedeci muito pouco. Resultado! Duas malas lotadas. Mas acho que é normal, afinal, eu não poderia prever do que precisaria em 30 dias. Não é, Luana (Vaniele)?
Fomos ao aeroporto e lá, uma despedida muito simples, mas que fez toda diferença. Dizem que eu sou uma moça corajosa, não sei... Mas ali não era eu quem dizia "vai dar certo", mas pessoas muito especiais, seja na presença ou ao telefone, que me passavam uma coragem que eu não encontrava dentro de mim. Só Deus sabe o que se passou no meu coração nos 90 dias de contagem regressiva para este encontro.
Ao mesmo tempo que eu pensava na saudade e na vontade de encontrá-lo, eu me lembrava que ele estava há muitas horas de voo e um oceano nos separava (fisicamente), pensava nos eventuais desafios, nas histórias que o povo conta e, de modo especial, me assaltava a serenidade o pensamento de chegar em Londres e ser mandada de volta na entrevista da imigração.
Nos 90 dias eu tive medo, pensei que fosse loucura demais, tive medo do avião cair, de não conseguir juntar dinheiro, de não conseguir me virar, de fazer muito frio aqui, de não conseguir vender todas as trufas necessárias... Mesmo diante de todas as confirmações, da certeza e da paz que, desde sempre, Deus colocava no nosso coração. Coisas de gente, não é mesmo? Talvez se eu fosse um anjo, não tivesse pensado ou sentido nada disso.
Mas eu aprendi uma coisa! Nem sempre eu preciso me virar sozinha, mesmo que o sonho seja meu. Quando a gente ama, a gente sonha com o outro, divide, partilha, corre atrás de fazer o outro feliz mesmo que isso não vá lhe render qualquer benefício concreto e aparente. E eu fui profundamente amada desse jeito...
A viagem foi tranquila... Oito horas e alguma coisinha de Brasília para Lisboa e mais duas e meia para Londres.
Tomei aquele remedinho de enjoo que deixa a gente mole pra dormir, mas não adiantou nada, meus olhos pareciam faróis no nível mais alto. No avião, assisti "Marley e Eu" e entendi o porquê meus amigos disseram que o filme parecia muito comigo. Bem, eu acho que entendi... rs.
Cheguei em Lisboa 10min antes do previsto. Não tinha quase ninguém no aeroporto. Uma tranquilidade espantosa diante do que me disseram a respeito.
Os horários foi um outro detalhe que eu percebi a mão de Deus. Minha conexão era muito apertada, mas deu tudo certo.
Às 6h30 (horário de Brasília) do dia 7 desembarquei em Londres, a essa altura eu já tinha rezado não sei quantos terços e o Ofício de Nossa Senhora... A ela eu devo muitas coisas. Uma Mãe que pensa em tudo! Nos horários dos voos, na comida do avião, nos filmes, nas pessoas que estavam perto de mim e, especialmente, no oficial da imigração que me entrevistou.
Cheguei em Londres e, seguindo o conselho do Vinícius, segui o fluxo. (kkkkkkkkkkkkkkkkkkk)
- Vini, tenho medo de me perder no aeroporto de Londres.
- Segue o fluxo (de gente) que vai dar certo.
E assim eu cheguei num salão grande e cheio de guichês que indicavam que alí eu deveria apresentar meu passaporte. Detalhe importante: Era a temida imigração. O bom é que eu não sabia que era alí que o bicho pegava.
Quando chegou a minha vez, um senhor muito educado me atendeu e começamos a conversar em inglês. Quando ele perguntou o motivo pelo qual eu havia escolhido a Inglaterra para passar as férias a minha ficha caiu. "O bicho tá pegando! Agora eu descubro se eu entro ou se eu volto pra casa sem ver o Camilo".

Quando a bendita ficha caiu eu quase tive um ataque de nervos. Meu coração batia tão forte, minhas mãos geladas, trêmulas, minha cabeça queria explodir, meus sentidos falharam...
Então, eu, com muita cara de pau disse a ele que eu estava muito nervosa e era a primeira vez que eu saia do meu país. Ele me fez muitas perguntas, repetiu várias o que eu nao conseguia entender, e carimbou meu passaporte. (Visto para 6 meses, rsrsrsrs) Calma, pessoal... E volto!

O Espírito Santo fala inglês, gente!

Antes de sair pela porta de vidro que daria passagem para concretizar o objetivo da loucura, passei no toalete... Meus olhos ferviam, vermelhos, meu rosto queimava... Gente, quanta emoção! rsrsrsrs

Peguei minha bagagem, que foi outra aventura. Um peso horroroso. E fui seguindo o fluxo... rs.
Chegou a hora. Naquele momento meu coração não aguentava muita coisa.
Eu o vi de longe, com um ramalhete de flores amarelas e o sorriso mais lindo do mundo. O resto eu não preciso escrever.

Deus é Fiel e pronto... A Ele a minha eterna gratidão por tantos presentes e experiências que, especialmente, nestes 90 dias de preparação, me fez provar a alegria de ser uma menor abandonada em Suas Mãos.

Quero, também, sem citar nomes, agradecer a todas as pessoas que, generosamente, contribuiram para o nosso encontro. Aos que me deram dinheiro, aos que venderam chocolate comigo, aos que me deram caronas para que conseguisse carregar as trufas, aos que rezaram, aos que foram comigo ao aeroporto, aos que partilharam informações preciosas que me ajudaram na hora que o bicho quis pegar, aos que me deram dicas de inglês, a quem me emprestou o cartão de crédito para a compra da passagem, a quem me deu um sapato de tricô, a quem foi à feira comigo, a quem torceu, aos que me deram uma mochila linda (rs), contou os dias comigo, a quem chorou, a quem sorriu e partilhou.
Agradeço também a você, meu amor, pela acolhida, pela grandeza do seu coração, pela força, pelo bom humor, pela espera, pelas flores amarelas, pelo cuidado, pelo carinho e, sempre, sempre, pela decisão em caminharmos na mesma direção.
Pois é... Estou aqui na Inglaterra, em Bournemouth, sem viver nenhum conto de fadas, sem viver nada excessivamente romântico que nos faça sair da vida real, mas vivendo cada segundo, cada momento na alegria de sermos de Deus, na castidade que nos leva a um conhecimento sempre mais verdadeiro e profundo e na expectativa de que o tempo, pelo menos até o dia 6 de agosto, passe beeem devagar.
É isso aí! Estou de férias na Europa!
Bendito seja Deus... Ele, quando quer uma coisa, avisa todos os envolvidos!
Shalom!