terça-feira, 23 de setembro de 2008

Um "obrigada" para Deus!

Quantas surpresas, Senhor, eu experimentarei para acreditar que Tu és infinitamente Criativo e... Surpreendente? Quantas vezes precisarei cair para não ter dúvidas de que Teu coração é Misericórdia? Coração tão compassivo que se ocupa com as minhas dores transformando-as em amor.
Quantas vezes eu precisarei experimentar das graves consequências de experimentar mais a minha vontade que a Tua? Provar que, mesmo no meu questionamento infantil e apressado, a Tua vontade é imperativa sobre mim, é muito melhor, maior, mais profunda. É assim porquê, livremente, eu sou obra Tua e pertenço a Ti. Minha vida que não é minha, mas que pertence a Ti, autor de Tudo, Autor da vida.
Vida minha que encontra sentido em Ti e tudo que escapa de Ti, não se acha em mim.
Vontade minha que existe, mas que é submetida, enfeitada, baseada, formada, legitimada e plenificada no Teu desejo.
Desejo este que, dentro da experiência de espera contínua de Tuas intervenções, acredita que só em Ti tudo que é vontade em mim, ganha crédito e verdade.
Essa minha vida... Tão intensa, tão fulgaz. Essa vida que mais parece um liquidificador. (!)
O que me espera, Senhor, para acreditar que de nada vale uma vida que experimenta a Ti sem viver e configurar tudo de acordo com o Teu Reino, Tua Vontade?
Que eu não me esqueça, Jesus, das suas promessas de vida plena e vida eterna. E que o Teu desejo está em mim... Lá no fundo. E que para ser eterna, minha vida deve ser como a Tua. Provada e comprovada.
Obrigada, Senhor... Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada porque sei que faço parte de uma linda história. Não por merecer, mas porque é Vontade Tua.
Obrigada...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A máquina que lava roupas

Um domingo quente, ensolarado, quente... Hum... Muito quente! As circunstâncias da vida me levaram para a área de serviço da minha casa. Adivinhem? Lavar roupas! Na hora de recolhê-las eu pensava... "Minha nossa, como sou capaz de sujar tanta roupa?". Roupas minhas, da minha querida irmã e roupas nossas, também. Foi um domingo interessante...
Liguei o som bem alto e deixei Norah J. cantando enquanto eu me viarava com aquela estrutura metálica com uma tampa de acrílico que faz um barulho interessante enquanto sacode as roupas - a máquina que lava roupas!
A primeira constatação foi o fato de que, nunca na minha vida, eu tinha lavado tanta roupa de uma vez só. Teria que separar pelo tecido, pela quantidade e qualidade da sujeira, cores... Nessa parte eu me dei muito bem. Na hora dos botões [onde eu aperto pra ela começar a trabalhar?] eu tive que pedir ajuda aos universitários. Nada que uma ligação para quem entende não resolva. Ótimo... Deu certo.
Aquele instrumento é realmente fantástico! Joga água, sacode, esfrega e ainda faz a parte mais chata, torce até a última gotinha de água... O único trabalho é estendê-las. Acho que não dá pra fazer uma máquina que estenda roupas. Seria pedir demais... O cúmulo do ócio, rs.
Na partilha com o meu pai sobre o dia, ele me contou que a minha avó (mãe dele) caminhava de 5 a 6km para chegar até o riacho com as trouxas amarradas num jumento ou em cima da cabeça dela. Lavava todas na mão, esperava secar e trazia de volta...
Olha, sinceramente, eu não sei se teria tanta disposição para perder um dia inteiro sob o calor do sol esfregando roupas. Deus sabe o que faz, por isso, concedeu a idéia brilhante para alguém inventar uma máquina que lava roupas. Tenho até uma tia que diz que máquina de lavar roupas é pré-requisito nupcial, rs. [Filtremos os exageros, por favor].
Eu só sei que, enquanto a bendita máquina saracoteava as roupas eu cuidava de outras coisas na minha casa.
O interessante foi perceber o quanto é bom cuidar do que é nosso. É uma dimensão bem verdadeira. O fato de administrar, separar, sujar minhas mãos na massa do bolo que fiz [enquanto as roupas eram lavadas], limpar uma coisa aqui, outra alí e ouvir Norah cantar bem alto, me fez um bem muito bom (!). É bom cuidar do que é meu. Hoje, depois de pensar tanto nesse episódio simples e até tardio, eu acho que se eu vivesse no tempo em que não existiam máquinas que lavam roupas, eu perderia tempo, sim. Afinal, estaria cuidando de algo meu. E a partir do fundamento empírico que se deu no domingo, eu posso afirmar que isso faz bem!

Cuide, você também, do que é seu.
Algumas coisas só nós podemos fazer por quem amamos, cuidar é um exemplo.

Shalom!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Ouvi dizer

Eu ouvi dizer que é normal
Mas que é anormal pensar assim
Querer assim
Eu ouvi dizer que tem que ser
Tem que querer, querer para ter
Esperar para ver
Eu ouvi dizer que é bobagem
Que não faz mal se não
tem cor
Que não purifica se não é pela dor
Eu também ouvi dizer que pode
não ser
Mas que eu tenho que querer se quero ser
Se quero que seja,
tenho que querer
Ouvi dizer que posso querer
Ouvi dizer que faz parte
Cantei nos olhos e no sorriso
Eu ouvi dizer que é da arte
O sensível
que me parte
Ouvi dizer que é espelho
Brilha e se esconde
Começa e
termina
Recomeça e continua
É ciclo vital
Eu ouvi dizer que sou
humana...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Era uma vez um carro de luxo, chão de terra batida...

Fui ao cinema para dar uma desopilada. Segunda-feira é um ótimo dia para isso, rs. Eu não sou crítica, não entendo bolinhas, mas acho que deve ser interessante ler o olhar de quem não entende. [É? rs]. Filme de Breno Silva, mesmo diretor de "2 Filhos de Francisco". Era uma vez conta a história de um jovem pobre que se apaixona por uma moça rica. Dizer que o filme mostra um abismo social e uma soma cultural impressionante, não é novidade.
A única coisa que não esperei no filme foi a permissão do pai da menina para o relacionamento dos dois (rs), o resto, mesmo dentro de uma esfera romântica e humana, era absolutamente previsível. Mas o filme é uma gracinha, rs!
Achei interessante observar, de minha parte, o comportamento diante das cenas apresentadas, - não foi nada parecido com "Cidade de Deus" e coisas do gênero - mas tinha um vocabulário repleto de gírias, palavrões, degradação humana, social e espiritual. Se Maquiavel estivesse comigo na sala de cinema, certamente ele poderia ilustrar muito bem sua máxima. "Os fins justificam os meios"¹. É mais ou menos a política governamental do Brasil, só que nas favelas, periferias, em locais onde as pessoas acham que não têm muito mais o que perder, trata-se de uma realidade aceitável e necessária para a sobrevivência. Na verdade, acho que nem é só nesses lugares. As pessoas estão tão vazias de sentido que os valores perdem o referencial, então, o que vier é lucro.
Parece que dentro de mim explodiu o meu eu revolucionário, aqueles desejos insanos de mudar o mundo (risos). Digo insano, porquê, no meu caso, sempre pareceu mais fácil mudar o mundo do que mudar a mim mesma. Incoerente, né?
A única coisa que eu pensava ao assistir o filme era de comprar uma passagem, embarcar para o Rio de Janeiro e subir o morro para anunciar a Paz, mas ao mesmo tempo, minha inteligência me afrontava... Só sou capaz de dar o que eu possuo.
Depois do lapso, comecei a lembrar da minha vida, do meu quarto, dos meus relacionamentos e da realidade de Brasília. Há tanto que se fazer... Há tanto que crescer, que caminhar.
Ao mesmo tempo, eu sei que, enquanto olho para o meu umbigo, para as minhas coisas, meu particular, nunca poderei provar da vida do outro, especialmente, a realidade que sofre.
Poderia muito bem aplicar os conceitos mais amorais possíveis para sugerir a solução dos problemas do mundo, os meus, os seus. O questionável é a busca de respostas ineficazes para problemas com solução de natureza específica, eles, além de não serem esgotados, geram outros, e outros e outros. Deus é a resposta definitiva e eficiente... Isso faz todo sentido.

"Somente Jesus de Nazaré é capaz de satisfazer as aspirações mais profundas do coração humano" - João Paulo II
Ps: Vale a pena assistir o filme! (rs)

---
[1] O Príncipe - Maquiavel