domingo, 10 de maio de 2015

Mães e falíveis

Termino este dia tão especial e cheio de significado com muitas respostas, muitos sinais. Talvez o que mais tenha me feito tranquila e feliz é essa certeza de que mães não são perfeitas, nem sempre amam incondicionalmente, mas querem, desejam, brigam, lutam, choram. Morrem e ressuscitam diariamente. Mas são, sim, falíveis. Uma falibilidade que se encontrou com o maior amor do mundo.
Descobri com o meu primeiro filho que preciso aprender a ser filha, ser cuidada e amada. Retomei valores esquecidos, alcancei misericórdia e tenho me feito misericórdia {ou ao menos tenho tentado}.
Descobri que com a mesma dor que contemplo as transições e limitações do meu bebê, o Senhor também sofre comigo, sofre ao esperar o meu tempo, meus passos, minhas transições.
Gratidão, Senhor. Quando eu me encontro na escassez, Teu amor providencia o que falta. Quando eu quero minha vida de volta, Teu amor vem me consolar e me fazer provar do céu, olhar para o infinito e novamente colocar o meu coração no eixo da eternidade.
Eu sou profundamente feliz por esta via de santidade e plenitude.
Quero mais, quero tudo.


sexta-feira, 10 de abril de 2015

Quando as frutas me fazem chorar


“Uma mãe não se limita a dar a Deus o seu coração, mas o sacrifício vivo de seu corpo. [...] Sacrifícios que fazem parte do sim dado à maternidade e convites concretos de Deus para fazer crescer a dependência Dele!” Kimberly Hann em O amor que dá a vida 


 Após seis meses de aleitamento materno exclusivo e sob livre demanda, estamos nos preparando para o alimento sólido. Pensar em mais esta etapa enche meu coração de gratidão e também de receio: estou consciente de que a partir de agora ele necessita de mais alimento, mas também estará propenso a doenças, viroses etc. Um ciclo natural da vida: da minha, da nossa, da vida dele.

Só sei que antes de esta experiência me atravessar, eu jamais choraria emocionada por imaginar que o meu amor de entranhas vai comer uma pêra! Rs Sim, pensar em maçãs, bananas, pêras, verduras, copos, talheres... Isso tem mexido comigo.

É mais um passo na sua independência... Passo que vai abrindo uma ferida de generosidade e gratuidade: estamos gerando filhos para a eternidade, não para este mundo e muito menos para nós mesmos. Essa ferida precisa mesmo ser aberta, precisa sangrar, precisa, então, se tornar uma chaga gloriosa e emanar vida. Só assim este caminho faz sentido. Só assim eu trilho um caminho de luta para que a minha maternidade seja livre, gratuita, fecunda.

Ah, caminho feliz! Cheio de ternura, que me faz encontrar energia onde não aparenta ter, que me faz ver beleza na escassez, que me faz encontrar paciência no esgotamento. Por ora, muito sono, mas uma via sempre aberta para o sustento da graça de Deus.

Até a próxima.
Shalom!

terça-feira, 7 de abril de 2015

Dois anos, um neném e um cinema


Dois anos depois eu tomo banho, coloco o perfume que você gosta, uso um brinco diferente, um salto (saltinho!), ajeito a bolsa do bebê, ajeito o bebê e aciono a madrinha do bebê. Depois de dois anos, a comemoração não foi à luz de velas, mas foi rica de partilha e teve cineminha. Me senti a sua namoradinha de anos atrás, mas o barulho do filme me deixava tensa: vai acordar o Tomé. Mas Tomé passeava com a madrinha pelo shopping. Tranquilo e sorridente conhecendo o mundo. E nós ali, celebrando, curtindo, namorando. Depois de uma hora de filme, uma pausa para amamentar. Ali mesmo na escada da sala de cinema, a poltrona era desconfortável e o bebê não curtiu. Pronto. A dinda recebe o pequeno de novo e nós recomeçamos o nosso momento.
E é assim, sem manuais, fazendo da nossa vivência a nossa formula de ser família. Obrigada por ser este homem tão real, companheiro, que ama a Deus. E por ajustar meu foco tantas vezes, e por me amar como eu sou, e por ser você.
O dia termina e eu me recordo que há dois anos, minha grande alegria era saber que não seria mais necessário nos despedirmos cada vez que o dia terminasse e que seríamos tão íntimos que um “sim”, o primeiro, seria o start de uma sequência quase que infinita de outros “sins”. E que, pelo Espírito, essa intimidde seria legitimada em “uma só carne”.
Eu te amo tanto…

Feliz hoje, feliz sete, felizes dois anos.