quarta-feira, 25 de maio de 2016

A horta que fala

Meu pé de brócolis nascendo
Quem me conhece, sabe o quanto tenho desenvolvido um apreço pelo cultivo da minha horta doméstica. Depois que Aurora nasceu, dei uma parada na vida para absorver toda a mudança de rotina e equilibrar os pesos e medidas de cada dia. Se você é mãe ou convive de perto com alguma, sabe o quanto estes primeiros meses são intensos. Não é nenhum inferno, hospício. A maternidade real, que todo mundo tem falado tanto, não é “falar da parte difícil”, apenas. Pra mim o real corresponde à verdade - que tem de bom e de ruim -, mas nunca à mentira. Mas o assunto é outro.


Recentemente retomei com alegria este passatempo - o cuidado da horta - que me põe em contato com a terra, com a necessidade de sujar as mãos, estabelecer rotina para hidratar o solo, jogar sementes e… Esperar.


Vou lá todos os dias e, ansiosa, não vejo a hora de colher. Inevitavelmente, sobretudo à noite, hora em que desperto as aranhas (tem muita aranha aqui!) do jardim para jogar água nas plantas, é a hora do silêncio. Não consigo ver o que está acontecendo enquanto molho a terra, não sou capaz de enxergar o crescimento milimétrico dos brotos. Não vejo a semente morrendo no silêncio da terra. Enquanto elas se desenvolvem, eu durmo.


Só me resta esperar o dia seguinte, sob a luz do sol, para investigar quem está crescendo, quem ainda permanece ali, sob a terra, sem nenhuma manifestação. Mas eu, que as plantei, sei onde as sementes estão. Elas só estão ali, guardadas, sem epifania, sem serem vistas. Mas estão ali.


No jardim da minha vida, muitas sementes ainda estão sob o silêncio da terra. Volta e meia aparece uma aranha assustadora e grande, mas, no fundo, a peçonhenta só assusta, mesmo. Tem broto saindo, tem raiz morta de outras colheitas, tem lagarta de olho no que ainda vai nascer. Mas tem alguém molhando, vigiando, acompanhando cada milímetro, cada evolução. Tem alguém celebrando os frutos comigo, secando as lágrimas, acalmando os soluços e me certificando: Eu sei onde te plantei. E sei onde te colherei.


Boa colheita a todos.

Deus abençoe.

Relato de parto - Aurora - 10.02.16

Tudo começou quando nosso primogênito tinha seis meses de vida. Meu ciclo já havia voltado há 3 meses e sempre que ele se renovava, loucamente, dentro de mim havia um sentimento de “nossa, isso não vai ser assim por muito tempo”, rsrs. Lá no fundo, por mais que eu fizesse planos e mais planos, eu sentia que o Senhor não demoraria em nos dar mais um filho. E assim aconteceu, no dia 13 de maio de 2015, dia de Nossa Senhora de Fátima, concebemos nosso segundo filho.

A vivência do Método de Ovulação Billings nos deu uma consciência tão interessante sobre o que estava acontecendo que estávamos apenas esperando o momento certo de fazer o teste. E, de fato, havia ali um bebê. Éramos 4.

A notícia coincidiu com algumas escolhas que precisei acolher e re-escolher. Uma delas foi a minha vida profissional. A partir dali eu seria dona de casa e me dedicaria a cuidar do Tomé e do bebê que estava a caminho. A Narlla profissional ainda vive aqui, mas é e uma proporção bem menor. Atualmente me dedico a um projeto que não me tira de casa 40h por semana.

Uma pausa para essa mudança: eu passei a vida estudando e comecei a trabalhar aos 16 anos. Na época da faculdade, cheguei a somar 14h de trabalho por dia mais as aulas à noite. Ou seja: não fazia ideia do que seria cuidar de uma casa, estar atenta aos detalhes, organização, ambiente etc. Até hoje é difícil e muitas vezes eu me sinto insuficiente, mas para o tempo que vivemos hoje, estou certa de estar no lugar mais precioso e adequado, o meu lar.

Voltando ao parto. Era tempo de pensar em pré natal, avaliar o parto do Tomé e rever as escolhas. No início até pensamos na possibilidade do parto domiciliar, mas não rolou. Chegamos a conversar com uma equipe aqui de Brasília, tirar dúvidas, mas… Não rolou.

Fiz fisioterapia, pulei bastante, beijei muito o meu pequeno. Muito, muito, muito. Precisávamos viver intensamente aquele tempo (não porque o amor diminuiria), pois eu e o pai dele sabíamos que as mudanças chegariam e nada melhor que o amor para ser o suporte dele (e nosso).

Tive que lidar com a cara de enterro das pessoas quando me viam grávida e com um bebê à tira colo. “Nossa, você vai sofrer.”; “Pobre mãe”; “Me fala aqui, fala sério: vocês planejaram?”; “Coitado do seu bebê… Tão novo e já vai ganhar um irmão”. Como se ter mais um filho fosse algo ameaçador.

Nem preciso dizer o quão inoportunas e indelicadas foram essas palavras. Eu rezava para que o bebê não escutasse de dentro da minha barriga, embora, aquilo inevitavelmente me afetasse. Sei que muitas pessoas tiveram experiências difíceis e até frustrantes neste sentido, mas esta é a minha vez, é a vez da minha família. Ser empático é muito diferente de projetar as próprias frustrações no futuro alheio.

Mas tá bom. Chegou o momento de saber o sexo. É menina! Mais uma vez, decidimos rezar, pedir que Deus chamasse nossa filha pelo nome. Aurora. Foi assim que Ele a quis. Seu nome é Aurora. Por causa de Nossa Senhora, a aurora materna que precede o nascimento do Sol da Justiça, Jesus Cristo.

Chegando às 40 semanas, pressão. “Sua flha pode morrer”. “Por que não tira logo?”; “E se entrar em sofrimento?” E se… E se… E se… E se confiarmos em Deus e no acompanhamento médico que escolhemos? E se acreditarmos que, estando tudo bem, certamente chegaria o momento certo do nascimento?
Eu já estava exausta. Já estava com medo, cansada, agoniada, pesada. Já não dormia bem. Contudo, sentia-me pronta, sentia que Aurora estava pronta.

Todos os dias eu ficava pensando: é hoje. Mas nem era… Estava em pródromos desde a 38a semana. Perdendo tampão mucoso todos os dias, contrações de treinamento e nada concreto. Passei quase duas semanas com 3cm e nenhum padrão de contração que indicasse o início do trabalho de parto.

E vida normal. O tempo ia passando e fui me apegando ainda mais a Deus. Mas já estava cansada de responder a pergunta: “E aí, vai nascer quando?”. Meu marido tinha uma resposta ótima: “Até o fim do ano nasce”, rsrs.

Terça-feira de carnaval e eu decidi fazer uma daquelas receitas tiro-e-queda que estimulam o trabalho de parto. Um caldo bem apimentado. Dessa vez meu desejo por um parto normal foi além de toda e qualquer motivação que eu conhecia na primeira gestação. Eu precisava parir por causa da Aurora, por causa do Tomé, do Camilo. Era por mim, mas por causa deles.

Fomos dormir. Passei mal a noite toda. Gases, dor de barriga (cólica intestinal) e aquele pensamento: aquele caldo só me fez mal. Lá no fundo eu estava sentindo que as coisas estavam acontecendo, mas tinha medo de me frustrar.

Lá pelas 4:30 eu me levantei e fui deitar na sala… Sem conseguir dormir, fui rezar as laudes. Naquele dia, a liturgia trazia um salmo que gosto muito. Mas dessa vez ele vinha com um sabor de resposta, de súplica atendida.

Meu coração está pronto, meu Deus, * 
está pronto o meu coração!
– † Vou cantar e tocar para vós: * 
desperta, minh'alma, desperta! 
–3 Despertem a harpa e a lira, * 
eu irei acordar a aurora…
(Salmo 107)

Neste exato momento da reza… Uma contração, duas… Líquido saindo. Não, não é xixi e eu não consigo controlar sua saída, era a bolsa. 5:20. Subi as escadas com calma e o líquido começou a sair com mais intensidade e eu comecei a ficar super feliz e empolgada. Rsrs. De fato, meu coração e meu corpo estavam prontos. Acordei o Camilo: “Amor, a bolsa.”

Ele deu um pulo da cama meio desnorteado. Andava de um lado para o outro me fazendo várias perguntas. Eu já estava sentindo contrações dolorosas, mas perfeitamente suportáveis. Nos abraçamos. Sabíamos que a hora havia chegado. Tomé dormia.
Por incrível que pareça, já estava tudo pronto. Minha mala, a mala da Aurora, as instruções para quem viesse cuidar do Tomé. Só precisávamos viver o que precisava ser vivido ali, naquele dia.

Ligamos para a nossa doula, para o obstetra, nossos pais. Todos os envolvidos já estavam avisados. Fui tomar banho e preparar o café. Minha irmã chegou para ficar com o primogênito. Comemos, sorrimos, conversamos um pouco e fomos para a Maternidade.
A essa altura as contrações já doíam bastante, mas, ok, nada desesperador. Chegamos à maternidade às 7:00. Meu médico já estava me aguardando. 4cm de dilatação. Mesma medida que cheguei para o parto do Tomé.

Tinha mecônio no líquido, mas era bem diluído. Nada preocupante. Fomos fazer um cardiotoco. Alí eu já estava com MUITA dor. Mas vamos lá, Narlla. Contrações têm intervalos e você pode descansar nestes intervalos. Só que não.
Saindo do cardiotoco, 7:30, era uma atrás da outra. A ideia era ir para o quarto para viver o trabalho de parto e descer para o Centro Cirúrgico quando estivéssemos “quase lá”.

Meu obstetra perguntou se eu queria ir de cadeiras de rodas, mas achou melhor irmos caminhando, mesmo. Eu concordei, sabia que me manter em movimento facilitaria as coisas. “No seu ritmo”, ele dizia. Só que eu não tinha ritmo. O negócio já estava alucinado. Esse trajeto entre a sala do exame e o quarto foi gigante.
Ao chegar no quarto, eu simplesmente não encontrava mais posição. Nessa hora, minha doula (que também é fisioterapeuta) foi essencial pra me ajudar no alívio da dor.

Deitei na cama. Por incrível que pareça foi a posição “possível”. O médico sugeriu que eu fosse relaxar no chuveiro, então, Camilo saiu pra buscar a bola de pilates no carro.

Eu só observava a movimentação deles e pensava comigo mesma: não consigo e não quero me mexer. Imagina sair daqui e ir pra um chuveiro. Sem chance. Rsrs.

Ali naquela fase de transição - eu não poderia prever que nasceria tão logo, então - amarelei. Me desesperei, disse que não daria conta, que aquilo tinha que acabar logo, “QUERO ANESTESIA!!! QUERO ANESTESIA!!! NÃO VAI DAR, GENTE!”. O obstetra olhou bem nos meus olhos e disse que era CEDO para anestesia e que aquela opção poderia interromper o progresso do trabalho de parto. Nessa hora eu me conformei com aquela dor nível 11 e já me instalava na partolândia, definitivamente.

O médico saiu e disse que me avaliaria novamente em meia hora. Foi ele sair pra eu começar a sentir os puxos. Um puxo, dois puxos. Eu grito: Vai NASCEEEERRRRR!!! A essa altura, meu marido já estava de volta e eu percebia no rosto dele e da doula que eles sabiam que ia nascer loguinho. O médico veio correndo e eu já sentia a cabeça da Aurora no canal. De repente, alguém chegou com uma cadeira de rodas na ilusão de que daria tempo de ir para o Centro Cirúrgico. Eu me apoiei na cadeira e disse que não daria tempo. Estava calma, mas sabia que não ia dar tempo. 

Dr. Petrus sugeriu que eu ficasse de cócoras ali mesmo, no chão do quarto. De repente, improvisou-se um campo estéril, enfermeiras apareceram silenciosamente. Estávamos todos ali, no chão. Tranquilos. Sem dizer nada, só esperando. Chamaram também um pediatra que estava avaliando os bebês daquele andar. Um doutor maravilhoso e super humano.

Eu senti tudo, cada contração do expulsivo. A pior dor, antes mesmo de Aurora nascer, já havia passado. Fiz força quando meu corpo mandou, respirei, louvei a Deus, agradeci. Não perdi a noção do mundo, como foi no parto do Tomé. Não era mais aquela dor que me deixava com “cara de psicopata”. (Esta foi a descrição gentil do meu marido sobre o momento que precedeu aquele lindo instante.)

De repente minha filha nasce. Gordinha, linda, quentinha, toda emborrachadinha de vérnix. Foi direto para os meus braços. Ficamos ali naquele reconhecimento por alguns minutos, ela ensaiou pegar o peito, mas só o fez alguns outros minutos mais tarde. E quando fez, ainda em sua primeira hora de vida, parecia dominar aquela matéria desde sempre.

Ela chorou… Eu cantei o nome da Virgem Maria, ela se calou. “A mamãe está aqui…”

Mais uma vez Deus provou que confia em nós, mais uma criatura nascia. Mais uma mulher chegava ao mundo com amor e respeito.
Trabalho de parto com 3h26min de duração, uma bebezinha de 4kg e o início de um novo tempo.

E a gratidão que me sustentaria em todos os momentos seguintes, nos desafios que se seguiam, nas ofertas e nas bênçãos.

Eu te louvo, Jesus, pelo dom da maternidade, por ser arrancada de mim mesma todos os dias, por ter a graça de ofertar meu corpo, meu coração, minhas lágrimas, meu esforço, minha vida inteira na geração de filhos para o céu.


quinta-feira, 7 de abril de 2016

Para Camilo



Eu poderia ter escolhido proteger meu coração, viver uma vida “normal”, sem aventuras, sem ter que deixar tantas coisas, renunciar tantas outras. Eu poderia ter escolhido não esperar por você, não largar emprego e vender chocolate para te ver na Europa. Eu poderia ter escolhido não acordar de madrugada para ter a chance de te “namorar via skype”. Sim, eu poderia não ter me submetido aos cortes que a saudade fez no meu coração quando passamos quase dois anos afastados por um oceano. Eu poderia não ter dito sim quando você me pediu em casamento. Poderia também não ter escolhido esperar por seis meses para que aquele primeiro sim se transformasse em uma aliança na mão direita. É verdade, eu sou livre e também poderia não ter esperado mais 1 ano e dois meses por aquele domingo lindo, cheio de sol, de ternura, de ansiedade, de simplicidade, de amigos queridos, família reunida. Eu poderia, meu amor, ter dito não à vulnerabilidade que o amor traz. Eu poderia ter dito não a você e ter evitado nossos filhos, os frutos do nosso matrimônio. Eu poderia dizer, com o meu corpo, que eu não te amo tanto assim ao ponto de entrega-lo a você como um sinal sacramental da minha oferta. E tudo poderia ser diferente. Não haveria luta, não haveria briga, não haveria choro, saudade, transtorno, mágoa, crise. Não haveria crescimento, beijo matutino, cafuné, “amor, mexe no meu cabelo”, paixão, kairós, soneca durante o filme. Não teria “nós”, não teria Tomé, nem Aurora. Não seria bom.
Amo você.
Felizes 3 anos.



domingo, 10 de maio de 2015

Mães e falíveis

Termino este dia tão especial e cheio de significado com muitas respostas, muitos sinais. Talvez o que mais tenha me feito tranquila e feliz é essa certeza de que mães não são perfeitas, nem sempre amam incondicionalmente, mas querem, desejam, brigam, lutam, choram. Morrem e ressuscitam diariamente. Mas são, sim, falíveis. Uma falibilidade que se encontrou com o maior amor do mundo.
Descobri com o meu primeiro filho que preciso aprender a ser filha, ser cuidada e amada. Retomei valores esquecidos, alcancei misericórdia e tenho me feito misericórdia {ou ao menos tenho tentado}.
Descobri que com a mesma dor que contemplo as transições e limitações do meu bebê, o Senhor também sofre comigo, sofre ao esperar o meu tempo, meus passos, minhas transições.
Gratidão, Senhor. Quando eu me encontro na escassez, Teu amor providencia o que falta. Quando eu quero minha vida de volta, Teu amor vem me consolar e me fazer provar do céu, olhar para o infinito e novamente colocar o meu coração no eixo da eternidade.
Eu sou profundamente feliz por esta via de santidade e plenitude.
Quero mais, quero tudo.


sexta-feira, 10 de abril de 2015

Quando as frutas me fazem chorar


“Uma mãe não se limita a dar a Deus o seu coração, mas o sacrifício vivo de seu corpo. [...] Sacrifícios que fazem parte do sim dado à maternidade e convites concretos de Deus para fazer crescer a dependência Dele!” Kimberly Hann em O amor que dá a vida 


 Após seis meses de aleitamento materno exclusivo e sob livre demanda, estamos nos preparando para o alimento sólido. Pensar em mais esta etapa enche meu coração de gratidão e também de receio: estou consciente de que a partir de agora ele necessita de mais alimento, mas também estará propenso a doenças, viroses etc. Um ciclo natural da vida: da minha, da nossa, da vida dele.

Só sei que antes de esta experiência me atravessar, eu jamais choraria emocionada por imaginar que o meu amor de entranhas vai comer uma pêra! Rs Sim, pensar em maçãs, bananas, pêras, verduras, copos, talheres... Isso tem mexido comigo.

É mais um passo na sua independência... Passo que vai abrindo uma ferida de generosidade e gratuidade: estamos gerando filhos para a eternidade, não para este mundo e muito menos para nós mesmos. Essa ferida precisa mesmo ser aberta, precisa sangrar, precisa, então, se tornar uma chaga gloriosa e emanar vida. Só assim este caminho faz sentido. Só assim eu trilho um caminho de luta para que a minha maternidade seja livre, gratuita, fecunda.

Ah, caminho feliz! Cheio de ternura, que me faz encontrar energia onde não aparenta ter, que me faz ver beleza na escassez, que me faz encontrar paciência no esgotamento. Por ora, muito sono, mas uma via sempre aberta para o sustento da graça de Deus.

Até a próxima.
Shalom!

terça-feira, 7 de abril de 2015

Dois anos, um neném e um cinema


Dois anos depois eu tomo banho, coloco o perfume que você gosta, uso um brinco diferente, um salto (saltinho!), ajeito a bolsa do bebê, ajeito o bebê e aciono a madrinha do bebê. Depois de dois anos, a comemoração não foi à luz de velas, mas foi rica de partilha e teve cineminha. Me senti a sua namoradinha de anos atrás, mas o barulho do filme me deixava tensa: vai acordar o Tomé. Mas Tomé passeava com a madrinha pelo shopping. Tranquilo e sorridente conhecendo o mundo. E nós ali, celebrando, curtindo, namorando. Depois de uma hora de filme, uma pausa para amamentar. Ali mesmo na escada da sala de cinema, a poltrona era desconfortável e o bebê não curtiu. Pronto. A dinda recebe o pequeno de novo e nós recomeçamos o nosso momento.
E é assim, sem manuais, fazendo da nossa vivência a nossa formula de ser família. Obrigada por ser este homem tão real, companheiro, que ama a Deus. E por ajustar meu foco tantas vezes, e por me amar como eu sou, e por ser você.
O dia termina e eu me recordo que há dois anos, minha grande alegria era saber que não seria mais necessário nos despedirmos cada vez que o dia terminasse e que seríamos tão íntimos que um “sim”, o primeiro, seria o start de uma sequência quase que infinita de outros “sins”. E que, pelo Espírito, essa intimidde seria legitimada em “uma só carne”.
Eu te amo tanto…

Feliz hoje, feliz sete, felizes dois anos.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Tomé, o nome escolhido para o nosso bebê

1o de outubro



"Tomé significa 'abismo' ou 'duplicado', em grego 'dídimo'; ou vem de 'thomos', que quer dizer 'divisão', 'partilha'. Significa 'abismo' porque mereceu sondar as profundezas da Divindade, quando à sua pergunta, Cristo respondeu: 'Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida'. Significa "duplicado" por ter conhecido de duas maneiras a Ressurreição de Cristo, pois enquanto os outros apóstolos conheceram-na vendo-O, ele O tocou.
Significa 'divisão', seja porque afastou sua mente do amor às coisas do mundo, seja porque se separou dos outros na forma de crer na Ressurreição.
Poder-se-ia dizer ainda que o nome Tomé vem de 'totus means', por ter-se deixado inundar inteiramente pelo amor de Deus.
O nome Tomé também pode vir de 'Theos', Deus, e 'meus', meu, isto é, 'Deus meu', o que corresponde ao que disse quando reconheceu sua fé: 'Senhor meu e Deus meu'". Legenda Áurea - A vida dos Santos (Jacopo de Varazze)