terça-feira, 29 de julho de 2008

Abraço grátis!


Desde o dia que descobri que abraçar nos equilibra emocionalmente eu tenho pensado bastante em como trazer esta prática para a minha vida.
Vocês sabem que tem gente que tem medo de ser abraçado, né? Medo de abraçar...
É interessante notar nossa resistência ao abraço, porquê, quando eu abraço alguma coisa, evidentemente, eu renuncio outra, ou outras. Às vezes é por isso que a gente tem tanto medo de abraçar, né? Se eu abraço meu pai, minha mãe vai esperar um pouquinho até chegar a vez dela.
Eu, particularmente, tenho a tendência de querer abraçar multiplamente várias coisas, várias pessoas, várias realidades. De fato, tenho notado que não é possível. Para um abraço de qualidade, eu preciso saber, desejar e ir, com meus braços, acolher a realidade toda, com meu coração e minha alma. Abraçar, seja quem for, com tudo o que tenho e sou. Não dá para se fragmentar em direção aos outros. Primeiro Deus, depois, os meus. Eles merecem que eu me disponha com qualidade.

Me questionei a última vez que dei um abraço de verdade na minha mãe, no meu pai, nos meus irmãos, tios... Quando foi a última vez que abracei de verdade aqueles que fazem o meu dia mais feliz? Quando foi mesmo a última vez que abracei aqueles amigos que vejo quase todo dia?

É, pessoal... Alguns abraços conseguem colocar muita coisa no lugar.

É, de fato, uma experiência de reorganização emocional abraçar a Trindade no final do dia. Quem conhece a Trindade e já se entregou a um sincero e demorado abraço, sabe do que estou falando.

O fato é: precisamos abraçar mais!

Ensinam os dicionários que abraçar é cingir com os braços, é acolher, abranger, admitir, aceitar, adotar e até, consagrar-se. Ensina a vida que abraçar é doar-se. Qualquer um que se doe, recebe uma parte do outro para si.

Abraçar supõe sempre, arriscar...

Quando você abre os braços para alguém, certamente, o risco de receber um abraço de ladinho, ou um simples tapinha nas costas é certo.

Do jeito que Jesus abraçou a cruz e todas as outras coisas que foram próprias para Ele, eu quero abraçar a minha vida, meus amigos, minha família. Quero, no meu abraço, me doar e receber do outro a parte que me cabe.

No meu abraço, organizar a vida dos meus irmãos. No abraço dos meus irmãos, encontrar o meu equilíbrio. Abraçar para não precisar explicar, para não precisar dizer o que não precisa ser dito. Abraçar, quando as letras forem inúteis e ameaçarem a confusão, empobrecer e esvaziar o que precisa ser dividido.

Sim, é melhor um aperto de mão do que um abraço medíocre, medroso ou frustrado. Mas se a proposta é equilibrar, também, o conceito do abbrachiare, nós tentamos juntos! Afinal, só vale a pena se estamos juntos. E sozinha eu não consigo, até porquê, só se aprende a abraçar, abraçando.
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Da próxima vez que nos encontrarmos, a gente faz o teste! Abraçar com tudo vai fazer a diferença.
Que Jesus seja o Senhor das amizades, dos abraços, de toda e qualquer doação!
Abração
Shalom

segunda-feira, 21 de julho de 2008

[...]silêncio é palavra que não faz segredo.

Tem momentos que a gente se cansa de querer assumir um papel que não é nosso na própria vida e também na vida dos outros. Deixar que Deus seja Deus, Senhor de tudo, de todas as coisas, de todas as paixões, Senhor do tempo, do medo, da saudade. Senhor de tudo.

Especialmente hoje, após mais um susto, eu me lembrei dessa música. Música que há tempos me ajudou a parar para receber a ilustre visita do Homem que sentou à beira do poço para mostrar à samaritana o sentido real da vida, a direção, o norte. O Homem que enxugou suas lágrimas, que acolheu as verdades, ouviu a mais sincera confissão. Confissão de quem bateu em muitas portas desejando encontrar a coisa certa, porém, em lugares errados.

Estou aqui, novamente. Tentando acertar, tentando assumir, tentando dar mais um passo, tentando voltar, recomeçar. E todas as vezes que volto naquele poço, me lembro que a fonte está em outro lugar.
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Onde é que você vai com tanta pressa
Com esse ar de quem tem muito o que fazer
Se eu posso lhe pedir alguma coisa eu lhe peço: senta aqui
Como um dia eu sentei naquele poço
E a amizade visitou meu coração
Fui amigo e o esposo que faltava e hoje pode ser também assim
Os seus olhos me revelam tanta sede e não sou indiferente a sua dor
Mas tem coisas que não faço, não são minhas, dependem
Somente do seu querer
O milagre se dará por duas vias
Uma é minha e a outra deixo pra você
Se você trouxer a mim a sua água eu devolvo vinho
Chega mais perto, não tenha medo
Não diga nada, silêncio é palavra que não faz segredo
Se for preciso enxugo seu rosto
Lágrimas são fragmentos de história que posso entender
Eu lhe vejo entrelaçado com tantos erros
Machucando tanta gente sem saber
Infeliz vai se tornando pouco a pouco, por favor, queira voltar
Não prometo dar-lhe um jardim de flores
Mas prometo a força pra poder plantá-lo
E asseguro no cultivo estar bem junto, se preciso, lhe consolar
Cantaremos a semente germinada, podaremos o que não puder crescer
Cada poda há de ter ensinamento eu vou lhe ajudar a compreender
Sou o verbo do princípio feito carne
Sou o Deus que resolveu ter coração
E hoje está sentado à beira deste poço
Mirando o seu rosto, na voz deste moço, lhe dando um recado
Que se for possível espero visita, não tarde em chegar
A casa é a mesma, o mesmo endereço, espero por lá
Chega mais perto...

[Pe Fábio de Melo - Mais perto]

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Particularmente falando...

Por ser justo, por ser puro, por estar em purificação
Por ser tão claro, mas ao mesmo tempo, tão confuso
Por ser certo, traz a dúvida
Formado para a constância
Sombras, luzes, afetos, descobertas

Em sustos, choques, perceber que era maior do que se pensava
Numa remota possibilidade
Uma dúvida acerca das prioridades
O que cresce, o que se planta, os frutos
A beleza do silêncio que responde,
mas que precisa de hora para acabar
Como a criança precisa de hora para dormir

As interrogações e expectativas
Por ser tão forte
A dúvida da identidade dentro da vida do outro
A certeza da identidade do outro na vida que pulsa
É como a música, como o som, como os acordes
Como portas, hora abertas, hora fechadas

É poesia, é encanto, é dor
É alegria em poporção à espera, é risco, tentativa
É esperança porque há sofrimento
Erros, virtudes, misérias e permanência, decisão.

É distante, ao lado, do lado de dentro
É como Tomé, que precisou tocar, provar e experimentar
É escolha, liberdade, sinceridade e verdade.
Também é violência
É simples, porque é Deus desde sempre.
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Pe Fábio de Melo - Contrários

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Louvado seja Deus pelos 26 anos da Comunidade Católica Shalom!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Minha oferta

Um coração doado, ó Senhor, e entregue é minha oferta.
Deponho minhas mãos e meu trabalho
pra viver unicamente para Ti.
Tu és a causa da minha decisão.
E sei que isto custará minha vida, sou devedor do amor.
Minha oferta, é mais que as renúncias, é real.
Me derramo aos teus pés.
Minha oferta é aceitar que tudo está em tuas mãos,
A verdade do meu coração.

[Comumidade Doce Mãe de Deus]