sexta-feira, 27 de março de 2009

As baratas

Profundamente incomodada com a “cara de pau”, insistência, ousadia e astúcia das baratas eu decidi dedicar um espaço aqui a elas. Dedicar, não no sentido de homenagem (rs). Dedicar algum tempo do meu raciocínio, da minha visão e inteligência para saber mais sobre elas.
Eu só sei que elas são muito antigas, estão aí há mais de milhões de anos. Isso me desanima um pouco quando penso em comprar pozinhos mágicos, açúcares venenosos ou qualquer outra coisa que se destine a acabar com elas. Acho que elas são amiguinhas do Highlander, da Hebe Camargo ou do Peter Pan. Seriam, as baratas, imortais(?) Elas estão aí para o que der e vier com suas células regenerativas e nem adianta pensar em bomba atômica.
Conheci hoje a história de uma moça que, literalmente, chorava de medo de baratas... Interessante, né? De tão ágeis, espertas e dinâmicas, elas conseguem botar medo em seres dotados de inteligência. A mim causam raiva, susto – ninguém merece um encontro noturno, na fase dormindo-acordada, encontrar com aquele monstro fedorento no canto do banheiro ou na parte superior da porta.
Sempre penso por onde a bichinha passou antes de estar ali, corajosamente caminhando no meu banheiro.
Se eu pudesse, aniquilaria todas elas. Medo de baratas, não. Mas não me peça para utilizar da minha força ou qualquer objeto a fim de esmagá-las.
Será que poderíamos ter evitado essa invasão ou nós que invadimos o espaço das tão antigas e tão novas co-habitantes de nosso mundo?

quinta-feira, 12 de março de 2009

Um inverno rigoroso

Frio de bater os queixos, de deixar a ponta dos dedos arroxeada. Frio de torcer os braços contra o peito, frio que assusta, frio saudoso, frio solitário, frio confiante.E enquanto as gotas da chuva caem sobre o solo, levando vida às raízes, um olhar de esperança é lançado em direção às nuvens que cobrem o sol. Olhar que, por diversas vezes, é estimulado para outros cantos, outras direções. Olhar que outrora fora encantado por belíssimas flores, cores e canções. Olhar que viu a beleza desse Sol, olhar que também contemplou o cansaço de um plantio em terras secas, ambiente insólito e quente.

Esperança sempre viva, vida sempre nova a nos fazer crescer...¹

E os ventos vieram para levar o que não precisava ficar para ser. Ventos que levaram o peso, o excesso. Vento que trancou as pálpebras cansadas pela luminosidade da estação passada. Bentido vento que levou o que estava seco e também o que era verde, mas infértil.
Vento que roubou coragem, mas que deixou decisão.
E os olhos contemplaram a permanência de uma raíz. A firmeza de tal não imaginava que sem demora chegaria o tempo das chuvas.
O tempo chegou e com ele, a oportunidade. A necessidade do movimento da vontade, a conformidade, a decisão em dar os passos sem ver o Sol, a renúncia ao calor, o frio por decisão. A mística da dor e da alegria, cruz e ressurreição.O frio que aparta, une abraços, separa e casa os grãos, os pedaços. Frio que me ensina a precisar de Deus, dos outros. Frio que me leva ao silêncio quando o barulho dos trovões me assusta.

"Ó, água que fere a rocha... muda a dureza em amor..."²

Um inverno gelado, um caminho de descida, abaixar-se, um caminho preciso, uma etapa que antecede uma vitória, nova primavera. A estação das chuvas, a minha estação.
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[1] - Outono: Espetáculo Estações - Comunidade Católica Shalom.
[2] - Inverno: Espetáculo Estações - Comunidade Católica Shalom.
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domingo, 8 de março de 2009

Quaresma

Tempo de silêncio, conversão.
Tempo de deserto, tempo de amor e sofrimento.
Tempo de dar tempo...
Que a Virgem do Silêncio, das Dores. A Mãe da Ternura... Que Nossa Senhora nos acompanhe ao calvário do Santíssimo Filho.
Até a Páscoa!