quarta-feira, 31 de março de 2010

Uma semana santa para nós

Não, muitas vezes nós não sabemos o que estamos fazendo, Senhor. Deixamos-Te sozinho, na cruz. Vivemos nossa vida, nossos assuntos, nossos planos e nem sequer convidamos-Te para um riso, uma festa, um pranto ou uma dor.
E Tu estás aí, a derramar Teu Sangue, Teu Amor.
Cansados da espera, cheios de medo, de pecado, de indiferença, não somos capazes de reconhecer a Tua Santíssima presença no pequeno, no miserável, no pobre, nos pequenos e belos detalhes dos nossos dias.
A Tua aparente fragilidade, o Teu aparente fracasso nessa cruz, Senhor, nos faz dividir o coração, nos faz temer a morte, a solidão. Nos faz temer que as Tuas promessas não sejam cumpridas. E assim, buscamos outros amores, buscamos facilidades, facilidades que não nos amadurecem, que não nos permitem viver coisa alguma em profundidade. Os imediatos resultados que logo passam, Senhor, não repousaram no leito de Tua misteriosa e belíssima Cruz... Os imediatos e miúdos sonhos, meu Amado Senhor, não satisfazem nossa alma e nos levam para longe de Ti, para longe da Verdade. Para longe do que fomos criados para ser. Para longe, Senhor... Para longe...
Ajuda-nos, Jesus, a viver esse caminho, que faz sangrar também o nosso coração, que purifica a alma, que corta, poda, que separa, unifica, quebra nossa lógica, desfaz nossos esquemas, que nos leva à uma morte, mas que gera vida para sempre.
Ajuda-nos, Jesus, pela Tua cruz, a louvar, a reconhecer-Te, mesmo ferido, desfigurado, e amar-Te.
Ajuda-nos, Senhor, a descobrir o louvor que só se dá a partir da cruz, para então, celebrarmos contigo, Esposo nosso, a vida verdadeira, plena e infinita.
Leva-nos Contigo para o leito nupcial da Cruz... Leva-nos Contigo para a Vida, Senhor.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Pauta de hoje

Eu nasci no Lago da Pedra, uma pequena cidade no interior do Maranhão. O médico que fez o parto da minha mãe, Dr. Arruda, era praticamente o único da região. Na verdade, meus pais moravam em Tarso Fragoso (outra cidadezinha que fica a, aproximadamente, 1000km de Lago da Pedra), só que lá não tinha hospital para eu nascer. Em Tarso Fragoso, cidade que fui morar quando completei 2 meses de vida, haviam somente quatro veículos. Segundo meus pais, minha mãe não enjoou muito quando estava grávida de mim, mas desejou comer mingau de puba e telha (de telhado).
A mesma placa que dizia "Seja bem-vindo a Tarso Fragoso" dividia o espaço com a mensagem de "Volte sempre", rs. Meu pai, gerente do único banco da cidade, não estava com minha mãe no momento do meu nascimento, embora desejasse muito. Quando eunasci, no Natal de 1985, ele, praticamente cortou o estado para ver a cara da princesa que ele tinha colocado no mundo. Entre um pau de arara e outro, a viagem demorou dois dias. Ele também viajou de ônibus. Mas assim que chegou no quarto já ouviu os meus berros.
Essa foi a pauta da reunião familiar de hoje à noite. O Sales, meu amado pai, completa 51 anos de vida hoje. Ele contou histórias e dividiu conosco uma garrafa de vinho do porto.
Digo sempre que não dá para contar a história da nossa vida sem falar da história de quem amamos.
Feliz Aniversário, pai. Eu te amo!