sábado, 6 de abril de 2013

Dia 7 de abril



O dia começou... 00:02.
E e escolhi este dia para deixar os meus pais, meu núcleo familiar... Decidi deixar de conviver diariamente com as manias, o carinho. Decidi deixar de acordar antes do sol quando, liturgicamente, minha mãe abre a porta do quarto antes de sair para o trabalho. Só pra me olhar, para saber se está tudo em ordem. Decidi deixar a ternura e a proteção do meu pai. O meu pai que me diz diariamente que eu sou linda, que eu sou amada. Que não nos deixa faltar nada. E o meu caçula, que nasceu sete anos depois de mim e me roubou o trono, a atenção de todos. O meu irmão, alvo do meu cuidado, da minha oração, das broncas, alvo do meu amor. Assim como a minha avó, tão querida, tão engraçada, tão livre.

E é domingo, o dia sem fim, sem ocaso. É páscoa, é o Domingo da Misericórdia, o dia da experiência de Tomé. É o dia da alegria, o dia que o inverno termina, o dia do início, da redenção. A hora da paz, da reconciliação, o dia em que o Abismo da Misericórdia se abre.

É o dia em que eu serei do Camilo e o Camilo será meu. E só será assim porque somos de Deus.

Eu escolhi este dia (não sozinha) para ganhar mais irmãos, mais um pai, uma mãe, para ser família.

Dia sete de abril, dia que Ele fez para nós, dia escolhido sem pretensão e consciência... De fato, os significados e o mistérios que envolvem este bendito dia só nos foram revelados aos poucos. Nossa inteligência não seria capaz de fazer como Deus. E Ele escolheu assim... Páscoa, Misericórdia, Shalom, Tomé. Ele nos quis para Ele, só para Ele.

E eu perco muitas coisas neste dia... Mas recebo o infinito, a concretização do meu estado de vida. A feliz oportunidade de ser uma só com quem tanto amo.

Esperança no futuro, gratidão pelo passado, pelas ofertas, por tudo. Tudo foi e é Amor.

Eu vou me casar hoje! Rsrs

Feliz Domingo!