Desde o dia que descobri que abraçar nos equilibra emocionalmente eu tenho pensado bastante em como trazer esta prática para a minha vida.
Vocês sabem que tem gente que tem medo de ser abraçado, né? Medo de abraçar...
Vocês sabem que tem gente que tem medo de ser abraçado, né? Medo de abraçar...
É interessante notar nossa resistência ao abraço, porquê, quando eu abraço alguma coisa, evidentemente, eu renuncio outra, ou outras. Às vezes é por isso que a gente tem tanto medo de abraçar, né? Se eu abraço meu pai, minha mãe vai esperar um pouquinho até chegar a vez dela.
Eu, particularmente, tenho a tendência de querer abraçar multiplamente várias coisas, várias pessoas, várias realidades. De fato, tenho notado que não é possível. Para um abraço de qualidade, eu preciso saber, desejar e ir, com meus braços, acolher a realidade toda, com meu coração e minha alma. Abraçar, seja quem for, com tudo o que tenho e sou. Não dá para se fragmentar em direção aos outros. Primeiro Deus, depois, os meus. Eles merecem que eu me disponha com qualidade.
Me questionei a última vez que dei um abraço de verdade na minha mãe, no meu pai, nos meus irmãos, tios... Quando foi a última vez que abracei de verdade aqueles que fazem o meu dia mais feliz? Quando foi mesmo a última vez que abracei aqueles amigos que vejo quase todo dia?
É, pessoal... Alguns abraços conseguem colocar muita coisa no lugar.
É, de fato, uma experiência de reorganização emocional abraçar a Trindade no final do dia. Quem conhece a Trindade e já se entregou a um sincero e demorado abraço, sabe do que estou falando.
O fato é: precisamos abraçar mais!
Ensinam os dicionários que abraçar é cingir com os braços, é acolher, abranger, admitir, aceitar, adotar e até, consagrar-se. Ensina a vida que abraçar é doar-se. Qualquer um que se doe, recebe uma parte do outro para si.
Abraçar supõe sempre, arriscar...
Quando você abre os braços para alguém, certamente, o risco de receber um abraço de ladinho, ou um simples tapinha nas costas é certo.
Do jeito que Jesus abraçou a cruz e todas as outras coisas que foram próprias para Ele, eu quero abraçar a minha vida, meus amigos, minha família. Quero, no meu abraço, me doar e receber do outro a parte que me cabe.
No meu abraço, organizar a vida dos meus irmãos. No abraço dos meus irmãos, encontrar o meu equilíbrio. Abraçar para não precisar explicar, para não precisar dizer o que não precisa ser dito. Abraçar, quando as letras forem inúteis e ameaçarem a confusão, empobrecer e esvaziar o que precisa ser dividido.
Sim, é melhor um aperto de mão do que um abraço medíocre, medroso ou frustrado. Mas se a proposta é equilibrar, também, o conceito do abbrachiare, nós tentamos juntos! Afinal, só vale a pena se estamos juntos. E sozinha eu não consigo, até porquê, só se aprende a abraçar, abraçando.
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Da próxima vez que nos encontrarmos, a gente faz o teste! Abraçar com tudo vai fazer a diferença.
Que Jesus seja o Senhor das amizades, dos abraços, de toda e qualquer doação!
Abração
Shalom